O poeta Chiado; novas investigações sobra a sua vida e escriptos . §o do Chiado: estaphrase testemunha quanto era fecunda e inventivaem chistes e logros a imaginação do famoso bohe-mio do século xvi. Conheciam-no pelo dedo â como gigantescoentre os mais preeminentes foliões do seu tempo. Para concluir o extracto do manuscriplo, quenos fornece todas estas anecdotas, resta dizer quepassando o Chiado pela porta da Sé viu um grupode muchachos e, dando-lhes attenção, ouviu-osdizer: â Eu tomara ser bispo. â Eu tomara ser papa. â Eu tomara ser rei. O Chiado, acercando-se d^elles, interpellou


O poeta Chiado; novas investigações sobra a sua vida e escriptos . §o do Chiado: estaphrase testemunha quanto era fecunda e inventivaem chistes e logros a imaginação do famoso bohe-mio do século xvi. Conheciam-no pelo dedo â como gigantescoentre os mais preeminentes foliões do seu tempo. Para concluir o extracto do manuscriplo, quenos fornece todas estas anecdotas, resta dizer quepassando o Chiado pela porta da Sé viu um grupode muchachos e, dando-lhes attenção, ouviu-osdizer: â Eu tomara ser bispo. â Eu tomara ser papa. â Eu tomara ser rei. O Chiado, acercando-se d^elles, interpellou-osdizendo: â E sabeis vós o que eu tomara ser? p 32 Alberto l^iineiitxl â Tomara ser melão para me beijardes. . nositio em que se beijam os melões. Com a diÃ-ferença que elle falou mais claro doque eu. Aqui terminam os elementos anecdoticos forne-cidos pelo manuscripto para a reconstituição dabiographia picaresca do poeta Chiado. Mas estes, que já não são poucos, bastam aegualar o Chiado com Bocage em matéria de bre-jeirices e V ENTRE as producçóes literárias de Chiado, queeu não pude encontrar em 1889, havia uma,que, pouco tempo depois, vem casualmenteao meu encontro. Eraaquellaqueoabbade Barbosa designa destemodo na Bibliotheca Lu{itana: «Carta que escreveu de Lisboa a Coimbra daentrada do bispo ão Soares, em Lisboa, quan-do foi á raia pela pnnceza. E* jocosa, e se con-servava na bibliotheca do cardeal de Sousa». Achei-a em copia numa miscellanea, que per-tenceu ao convento da Graça, de L^boa, e que eucomprei ao Rodrigues do Pote das Almas por deztostões. Se exceptuarmos a carta de Chiado, amiscellanea vale pouco. M s eu, folheando-a, li otitulo da carta, passei-a rapidamente pela vista, re- 34 Alki!)l() Pimentel conheci que o texto concordava com o titulo, eadquiri logo o livro, que o Rodrigues teria vendi-do mais caro se pudesse adivinhar a rasão por queeu o comprava.


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