. Idyllios dos reis. o tão longo soluça os seus olhos cerrandoPor não ver nem o céu nem o morrer delirandoSem a taça um momento largar. De repente desperta vibranteNum anceio de extranho servir um festim deslumbranteManda o rei, com a corte ao á sem forças, febril, vacillante,Ergue a taça, brindando de amor. Mas a morte desnerva-lhe o braço. .Treme o rei, vai cahir, , medindo coos olhos o espaço,Poude a taça nas ondas lanç emfim, num profundo cansaçoFoi-lhe a vida na taça a VI NO CASTELLO DE GUIMARÃES Na escuridão da noite, avulta


. Idyllios dos reis. o tão longo soluça os seus olhos cerrandoPor não ver nem o céu nem o morrer delirandoSem a taça um momento largar. De repente desperta vibranteNum anceio de extranho servir um festim deslumbranteManda o rei, com a corte ao á sem forças, febril, vacillante,Ergue a taça, brindando de amor. Mas a morte desnerva-lhe o braço. .Treme o rei, vai cahir, , medindo coos olhos o espaço,Poude a taça nas ondas lanç emfim, num profundo cansaçoFoi-lhe a vida na taça a VI NO CASTELLO DE GUIMARÃES Na escuridão da noite, avulta bello,Pintalgado de luz todo o castello. Da soberba e macissa frontariaJorra clarões cada janella esguia. Nas duas torres ladeando a entrada,Listram-se os muros de uma luz velada. Vai alegre o sarau. Alegres vozesPassam no ar festivas e velozes. Soam harpas e cítulas vibrandoDanças febris, até que vão Na vasta sala onde o sarau remoinha,Senta-se, ao fundo, a bella infanta rainha. I. D. THEREZA DE LEÃO -Õ9- Ergue-se em pompas magestoso o estrado,De uma alfombra moirisca atapetado. Rico panno tiraz cobre a cadeira,Que domina e avassalla a sala inteira. Sobre almadraques de custosas telasSentam-se, em grupo, donas e donzellas. InfançÕes e donzeis, de forte na Palestina um alto feito Por vencer, batalhando, alguma damaDaquellas, a quem tente gloria e fama. Bibas, o bobo, pela sala rola Como um novêllo, em doida cabriola. Junto ao sólio, Fcrnam, conde de Trava,Ora na bella rainha os olhos crava. Gomo um leão que espreita a sua presa;Ora segreda com gentil vivesa Falias tão doces como um doce se diria ás vezes ser um beijo. Sonha damor aquella corte amante,Emquanto o moço Affbnso ergue o montante. — 6o— E põe no céu os olhos com que pedeA vingança que o espera em S. Mamede. Perto, de Dona iMuma no mosteiroJá tangia a matinas o sineiro. O burgo despertava. A luz da auroraVinha arraiando pelos campos fora. N


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